Tuesday, June 12, 2007

DJ ANINHA
Entrevista

No mês passado tive a feliz oportunidade de conhecer a Aninha quando esta aportou em Londrina para tocar na boate Vega, seu set foi um dos melhores que escutei ultimamente.
Os curitibanos têm certa fama de serem fechados e antipáticos (bobagem) o que com certeza não tem nada a ver com a Aninha, sabe quando você conhece uma pessoa e a conversa flui naturalmente como se já a conhecesse a anos? Foi bem esta sensação que tive com ela, uma pessoa muito querida e profissional competente, não é a toa que ela têm residência no Warung, o club mais conceituado do Brasil. E não é só isso, saiba mais nos links indicados mais abaixo.
Esta entrevista foi gentilmente concedida pela Dj Aninha via e-mail:

Teté- O universo dos dj’s como bem sabemos é predominantemente masculino, devido a isto você encontrou algum tipo de dificuldade para conseguir mostrar seu trabalho?
Aninha- Não vi nenhuma barreira quanto a isso no decorrer da minha carreira. Assim como o “universo dj”, também temos outras profissões que há alguns anos eram totalmente feitas por homens, mas as mulheres provaram que em muitas coisas, podem fazer o mesmo trabalho e/ou até melhor do que os homens, basta acreditar no seu potencial e se dedicar.

Teté- No Brasil, o grande público da cena eletrônica está focado no “psy trance”, festivais como Xxxperience e Tribe chegam a atrair cerca de trinta mil pessoas, você acha que um dia as festas de house e minimal vão chegar a este patamar? Você gostaria que isso acontecesse?
Aninha- Não penso desta maneira e também não acho que a maioria do público da cena é voltado para apenas um estilo de e-music. Os festivais não podem ser rotulados como “psy trance”, por exemplo, já que nos line ups se agregam o minimal, o progressive house, electro house. Fora que, o Skol Beats, Creamfields, Nokia Trends ou o Sonar, onde o house predonima, são festivais de grande escala e qualidade incomparável, você não acha? Resumindo, a cena house acontece há muito tempo.

Teté- Fale um pouco sobre a experiência de tocar em Ibiza (que dispensa comentários) e Berlin que atualmente é tida como referência no minimal. Logo mais você deve sair novamente em turnê mundial com o Warung, você está preparando algo especial?
Aninha- Tocar em Ibiza e em Berlin foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha carreira até o momento. Pois estava em lugares que me proporcionaram muito conhecimento, lugares de referência musical muito forte. E estar rodeada de pessoas que criaram a cena e a fizeram repercutir no mundo é muito bom, muito gostoso. Sobre a nova turnê do Warung, eu estou animada já que tocaremos (Eu, Léo, Fabrício e Boghosian) no Circo Loco (Ibiza), no The End (Londres), Cocoon (Frankfurt), Manchester e talvez eu toque em Berlin e Munique. Mas, não penso em preparar nada. Prefiro sentir a pista na hora e tocar o que eu gosto. (Risos)

Teté- Qual foi o melhor público que você já tocou? Aquele que você sentiu que conseguiu captar o “feeling” que você propunha.
Aninha- Nossa... senti coisas maravilhosas em vários lugares, no Warung (sempre), no Skol Beats, na Vibe (Curitiba), mas o que me deu vontade de chorar foi no Circo Loco – em Ibiza no ano passado - e na festa Ostfunk – no Club Maria, em Berlin este ano. Mas, na maioria das festas saio com um sentimento de realização.

Teté- Você já tocou com grandes nomes da cena, conte-nos alguma(s) curiosidade(s) sobre algum(s) desses dj’s.
Aninha- Putz, curiosidades eu não contarei porque sou muito discreta, mas adorei tocar com o Sven Väth e vê-lo tocar descalço, rebolando e fazendo 1001 caretas para o público de Balneário Camboriú. Ele é divertidíssimo! (Risos)

Teté- O que você anda escutando ultimamente? Que estilos de som você ouve além do eletrônico?
Aninha- Ouço bastante trip hop (Massive Attack, Morcheeba e Portshihead), MPB e Cazuza.

Teté-Conte-nos sobre seus projetos na área de produção.
Aninha-Estou fazendo algumas tracks de minimal tech com o Beto (Spektral Skunk) e pretendo fazer uma com o Ron Flatter (Playmate Berlin) mês que vem. Por enquanto as tracks serão divulgadas no myspace (www.myspace.com/aninhadj) e depois disponibilizaremos para download.

Espaço de livre expressão:
Aninha-
Gostaria apenas de agradecer pela entrevista e espero que todos tenham gostado e compreendido, de uma maneira pacífica, minhas opiniões. Beijos.

Valeu Aninha! Entrevistar um dj sem cair na mesmice é um desafio!
Vai ai os links para você conhecer mais a Aninha, no site oficial tem dois sets para baixar, mais que recomendado para apreciadores do minimal, "Little Neck" está o "crime" ou o "creme" ?
Ah vai logo lá e escuta!

Até a próxima... TT´